O gosto doce e solitário do orvalho

Patricia Pettitt

20 set – 03 nov 2024
Museu D. Diogo de Sousa

  • Exposições
  • Fim-de-semana Inaugural
  • Discovery 2024
  • Braga

Curador: Vítor Nieves

O gosto doce e solitário do orvalho

Inspirada em “O Papel de Parede Amarelo” (1892), de Charlotte Gilman, esta série retrata o destino de uma mulher que não corresponde às expectativas da sociedade relativamente ao seu papel de mulher, esposa e mãe. O que começa como uma tentativa de paz e tranquilidade depressa se transforma num pesadelo de ilusão e inquietação.

A protagonista encontra-se confinada e, na sua tentativa de lidar com o seu isolamento, recuperar a sua autonomia e afirmar a sua identidade seguimos a sua trajetória à medida que a sua mente se torna cada vez mais caótica.

Esta mulher apresenta-se anónima, quase invisível, procurando constantemente qualquer possibilidade de fuga e sempre numa dualidade incómoda entre tentar escapar e sentir-se derrotada.

A atmosfera desta série é similar à de uma gaiola dourada, bonita mas progressivamente dominada pelo pânico, e serve também como metáfora para a sociedade moderna que se orgulha em chamar-se liberal e inclusiva, mas que na realidade continua a condicionar e a criticar o comportamento, os desejos e as aspirações de muitas mulheres, deixando-as impotentes para lutarem por si próprias e pela sua felicidade.

A série aborda temas como a liberdade e o confinamento, a saúde mental, o género e as estruturas sociais. A escolha do conto de Gilman como inspiração para a realização desta série proporcionou-me um espaço criativo que me permitiu identificar e questionar os padrões instaurados às mulheres na sociedade do século XIX e que ainda repercutem em diversas esferas do século XXI.

“O gosto doce e solitário do Orvalho” é um tributo à resiliência e determinação das mulheres.

Museu D. Diogo de Sousa
R. dos Bombeiros Voluntários s/n, 4700-025 Braga

Horário:

Terça-feira – domingo
10:00–17:30

Segunda-feira
Encerrado